Na
urgência visceral de ter tempo pra tudo, a gente se esquece de saborear as
sensações. Na maioria das vezes estamos de corpo presente na crista da onda; a
mente navega por outros mares sem saber que, mais cedo ou mais tarde, as ondas
se quebram – digerem entre pancadas violentas e borbulhas amarelo-terrosas, o
anti-fuso horário dos karmas.
Aí,
um belo dia, numa epifania daquelas que merecem um “close” de final de novela,
descobre-se o passado. Uma imensidão de dúvidas que não custeiam a pureza, mas,
possibilidades. “E se...?”.
A
imaginação remonta probabilidades de a vida ter sido outra a partir de uma
atitude diferente, de um sorriso não esboçado ou de uma palavra mal
interpretada. Acontece que o tempo não está disposto a negociações. Ao passo
que torna o presente indiferente, tumultua o futuro numa ansiedade insana de
ser “não sei o quê”, de ter “não sei o que lá”, ou de reencontrar “não sei
quem”. Ninguém mais consegue “estar”.
Hoje,
paradoxalmente, as pessoas “foram” ou “serão”.
Quando
a gente não tem aval literário, quando não temos cabelos grisalhos nem rugas
imponentes ou se não sabemos fumar um charuto importado com classe, a gente põe
a culpa de uma ideia bem bolada nos conselhos de um avô, nos ditos de um sábio
ou nas memórias póstumas de quem quer que seja. Isto posto, resta expor que,
como meu avô dizia: quando não se sabe o que fazer, para onde ir ou quando as
especulações de um “e se...” tomarem muitas horas de suas noites, coma um pão
com manteiga.
Entre
a coita e o paladar, entre o bêbado e um equilibrista, entre surfar e naufragar
está a simplicidade. Sofrer, cair ou afundar é só uma questão de saber
degustar.
Sarah
Nadim de Lazari
#2012
Aí,
um belo dia, numa epifania daquelas que merecem um “close” de final de novela,
descobre-se o passado. Uma imensidão de dúvidas que não custeiam a pureza, mas,
possibilidades. “E se...?”.
A
imaginação remonta probabilidades de a vida ter sido outra a partir de uma
atitude diferente, de um sorriso não esboçado ou de uma palavra mal
interpretada. Acontece que o tempo não está disposto a negociações. Ao passo
que torna o presente indiferente, tumultua o futuro numa ansiedade insana de
ser “não sei o quê”, de ter “não sei o que lá”, ou de reencontrar “não sei
quem”. Ninguém mais consegue “estar”.
Hoje,
paradoxalmente, as pessoas “foram” ou “serão”.
Quando
a gente não tem aval literário, quando não temos cabelos grisalhos nem rugas
imponentes ou se não sabemos fumar um charuto importado com classe, a gente põe
a culpa de uma ideia bem bolada nos conselhos de um avô, nos ditos de um sábio
ou nas memórias póstumas de quem quer que seja. Isto posto, resta expor que,
como meu avô dizia: quando não se sabe o que fazer, para onde ir ou quando as
especulações de um “e se...” tomarem muitas horas de suas noites, coma um pão
com manteiga.
Entre
a coita e o paladar, entre o bêbado e um equilibrista, entre surfar e naufragar
está a simplicidade. Sofrer, cair ou afundar é só uma questão de saber
degustar.
Sarah Nadim de Lazari
#2012
Sara, muito massa seu blog. Pabaréns, você escreve muito bem, além de buscar sua essência, tão carente entre nós. Estarei sempre por aqui, adicionei o seu blog. Boa sorte, em tudo.
ResponderExcluirEi Ferinha! Fico agradecidíssima com suas leituras e com os comentários que você sempre faz nos textos que eu divulgo. É gostoso quando a gente se sente entendido. Passe por aqui pra tomar um café quando puder... Ainda que seja por amor às causas perdidas, divagarei sempre que possível. "Gradicida".
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