“Propaganda
é a arma do negócio; no nosso peito bate um alvo muito fácil. Mira à laiser;
miragem de consumo; latas e litros de paz teleguiada.”. A música de “A
Promessa” de Humberto Gessinger delata o cenário deste ínterim pós Revoluções
Industriais, contaminado pela mídia – e sua “Mediocracia”.
Se
outrora a clausura ditatorial, hoje, a semiurgia; se antes a subjetividade
programada dos poetas, hoje, a liberdade vigiada dos letrados. Nesse vaivém
histórico da manipulação em massa, assistimos ao surgimento do “Jornalismo
Industrial” - mera linha de produção de notícias descartáveis-, que torna o
conveniente individual, uma preocupação generalizada.
A
relação entre um canal religioso, que faz com que a “fé” enterre a todos na
vala comum de um discurso literal, e um canal pornô, que sucumbe o ser humano
ao seu instinto animal, é a vulnerabilidade do homem. Compra-se a idéia, não o
produto. Transmitir o que se quer ouvir/ver, é o crime de toda programação- e o
deleite de todo canal de televendas.
A
relatividade de um programa, uma notícia, ou uma propaganda equipara-se ao fato
de a diferença entre veneno e o remédio, ser apenas a dosagem; dialoga com a
circunstância de que para um vírus, a penicilina é uma doença. A rixa é “mais
embaixo”. É o status social, que,
invariavelmente, seleciona o que deve ser veneno ou doença. E a semiurgia –
fato de plantar uma notícia na mídia-, só faz parecer igual o que é diferente,
numa austeridade camuflada de gentileza e vantagem.
Não
se pode mais admitir que a sociedade continue sendo hostilizada pelo macartismo
reeditado pela “magnificência” dos grandes veículos de imprensa. A mediocridade
e a tolerância não podem tomar conta daqueles que sucumbem ao comodismo de ver
todos os dias na televisão o circo, ainda que sem o pão, sem saber que o
palhaço está do lado de cá da tela.
Sarah Nadim de Lazari
#2012