E eu, que não tinha quase nada, tenho em mim a lucidez.
Eu, que não era ninguém, tenho em mim a solitude.
Eu, que não fazia sentido, tenho em mim a ciência.
E eu, que não sabia quem eu era, tenho ao meu respeito muita
consideração.
E você, que tinha um palpite sobre tudo, tem só o ego ao seu
favor.
Você, que se dizia tão capaz, passou tempo demais se
vangloriando.
Você, que pagou caro tão para brilhar, é o ouro de tolo que temo ser.
E você, que sabia exatamente quem era, hoje já não sabe de
mais nada.
Sarah Nadim de Lazari