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segunda-feira, 26 de novembro de 2012

Coita, Consolo e Cura

Às vezes lembro de olhar para o céu
E fazer uma oração
Imaginar uma estrela cadente,
Fazer um pedido por uma intervenção.

Às vezes entrego tudo o que sonho
Nas mãos do destino, e então,
Espero que a sorte faça jus ao meus desejos
E me mostre uma nova opção.

Eu sei que em cada lágrima que cai
Há esperança e desolação.
Sei que o medo que me domina
É sempre uma fuga da frustração.

Às vezes finjo estar bem
Para que ninguém me incomode em minha solidão.
Mas há nos meus olhos e no espelho
O nojo da pena e da compaixão.

Às vezes acredito que tudo vai melhorar
E que vai passar esse estado de inquietação.
Às vezes é o vento; às vezes um trovão.
Me chama pra voar; silencia meu mundo com o poderio do seu som.

Eu sei que essa coita que exponho
É só a vitória de quem aprendeu a sofrer.
É que embora um consolo pareça o suficiente
Nada, nunca, vai me curar de mim.


Sarah Nadim de Lazari



2 comentários:

  1. Que legal sarita! Como um colega gosta de dizer: deu xabu, ie, complicou...hahaha. Digo isto porque ter a lucidez do sofrimento, às vezes, é um grande xabu, por outras, a única solução. O sofrimento é incondicional às escolhas, portanto, só nos resta viver, melhor dentro daquilo que nos faz bem e nos faz melhores. E quem disse que viver seria fácil? hahaha.

    bjão menina!

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  2. ahahahhaha Você tem razão. Sou meio masoquista nesse sentido. É bom que haja qualquer coisa de intrínseco nas coisas, porque se machucar, hora ou outra, vai acrescentar algo em nós. "Amadurecer é descascar um abacaxi verde por dia". Aí a gente segue enfrentando a onda a onde muita gente costuma naufragar. =)
    Adoro seus comentários. Obrigada por eles.

    Beijo!

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